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Pequenos detalhes fazem toda diferença para a segurança!

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Há algum tempo atrás, escrevi um texto, cujo título era “Sujeira debaixo do tapete é sinônimo de problema”. A ideia era demonstrar a importância de gestores, principalmente o síndico, terem um cuidado especial com as instalações do condomínio, indicando que “levantar o tapete” era necessário para enxergar e evitar problemas ocultos, por instalações precarizadas ou mal feitas. 

Pois bem, por conta de situações fatais recentemente noticiadas, percebo que o texto anterior precisa ser melhorado, tornando mais clara a mensagem, evidenciando, por exemplo, que o termo “problema” traz a ideia de algo que, quando evidenciado, requer uma solução e que, se não resolvido, pode trazer agravantes ou riscos. Note que muitas pessoas podem se ater a ideia de que problema é algo que se deve evitar, somente desviar, como se fosse possível fingir que ele não existe, numa falsa expectativa de que se não lhe dermos atenção, ele desaparecerá, como se fosse apenas um pensamento ou sensação. Um comprometido gestor não pode pensar desta forma. Muito pelo contrário, deve buscar onde eles estão e resolvê-los o quanto antes. O ponto é que muitos gestores de condomínio podem não entender onde estão os problemas, não entender onde ou com o que devem estar atentos. Note que neste texto, me dedicarei a escrever exclusivamente sobre questões estruturais e de planejamento. Numa próxima ocasião, com certeza abordarei questões de convivência, relacionamento interpessoal de condôminos, também de suma importância nos dias atuais. 

Vale citar que é muito comum não existir uma preocupação muito grande com as instalações e sistemas do condomínio que não têm alguma obrigatoriedade de manutenção. Infelizmente persiste uma cultura de somente dar atenção aqueles pontos que, quando não realizados, geram multas. Obviamente, não é só o que gera multa que deve ser acompanhado, entretanto, estes pontos somente são observados quando quebram ou apresentam falhas significativas. É muito comum, por exemplo, em áreas que não ficam expostas aos olhos de todos, que as instalações sejam feitas de maneira mais improvisada, digamos, com gambiarras ou improvisos técnicos de baixa qualidade. Persiste a visão de que o melhor a fazer é consertar apenas quando quebrar. Não existe a cultura do planejamento da manutenção ou melhor, da conservação. 

Por fim, muitas vezes, existe um certo descuido com acabamentos e proteções, principalmente em locais que não ficam expostos ao condômino em geral. Como se nestes lugares, não fosse necessária uma boa qualidade. É muito comum, fios aparentes, disjuntores expostos, emendas feitas com fita isolante de baixa qualidade ou acabamento, enfim, uma série de detalhes relegados a segundo plano, talvez motivados pelo fato de que o “olhar” dos demais não “vê” estes lugares e instalações. 

Um desenrolar ainda mais agravante e pouco notado é que condomínios que têm este tipo de conservação, começam a apresentar detalhes mais visíveis com o passar do tempo, entretanto, mesmo nestas condições, os gestores menos experientes, talvez com medo de serem taxados como detalhistas ou perfeccionistas, descuidam de coisas que ficam aparentes. Neste rol podemos exemplificar citando peças de revestimento que começam a trincar, descolar ou ficar sem rejunte, vidros trincados, pintura manchada, com fissuras ou descascamento, peças enferrujadas, equipamentos com mal contato ou falhas intermitentes, entre outros problemas que surgem e não são de imediato resolvidas. 

Com o passar do tempo é fácil perceber que este tipo de comportamento se cumula com uma conservação precária, que deveria começar pela limpeza e organização dos ambientes. Note que estamos abordando principalmente os ambientes menos visíveis ou acessíveis para a grande maioria dos condôminos, entretanto, dependendo do nível de descuido, este tipo de situação pode se alastrar pelas áreas comuns, de forma geral. Quando chega neste ponto, é sempre factível imaginar que as áreas menos visíveis estarão em péssimo estado.

Gestores organizados têm a percepção clara de como devem estar os ambientes do condomínio, principalmente no sentido de limpeza, conservação e organização. Entendem que áreas de segurança e de serviços devem ter acesso restrito a colaboradores, zelando para que não tenham acesso, principalmente crianças. Planejar e validar rotinas de verificação prévia, além de planejar e programar a manutenção de cada um dos elementos construtivos ou dos equipamentos do condomínio, deveria ser um senso comum, mas anda não é. Quando o condomínio tem um gestor qualificado, é fácil entrar nos lugares mais internos, abrir um painel de comando e perceber que os disjuntores estão protegidos, que a fiação está bem instalada, através de canaletas e conduites adequados. Que as emendas de cabos será feita com conectores ou isolamento de boa qualidade e acabamento. Além disso, com planejamento, organização e controle, o gestor organizado e diferenciado, saberá com antecedência as demandas que estarão previamente indicadas e combinadas com os prestadores de serviços contratados ou eventuais.

Neste cenário, o condomínio será muito mais seguro, organizado e com certeza trará muitos benefícios para seus proprietários. É por este motivo que me atenho a escrever estas poucas linhas, qual seja, sensibilizar gestores de condomínios a buscar manter todas as áreas e instalações bem cuidadas e conservadas, limpas e organizadas de forma recorrente, evitando acidentes, falhas de operação, entre outros problemas. Minha provocação vai no sentido de que se tornem os gestores, pessoas mais “chatas”, atentas aos detalhes. Que não permitam pequenos descuidos que podem custar prejuízos inestimáveis, tal a vida de uma criança que inocentemente brinca de se esconder num abrigo de bombas e morre eletrocutada. Por óbvio que não me compete, nem teria eu tal insensatez de tratar deste assunto de forma a vincular responsabilidade imediata a qualquer pessoa. O que me motiva a escrever este texto é que, talvez a “chatice” de alguém que mantivesse uma porta trancada; que fosse mais “chato” com acabamentos de emendas de fios, com a instalação de anteparos ou de proteções a disjuntores, tal qual um painel de comando deve ser composto, pudesse ter reduzido a chance deste episódio acontecer. Fica agora a reflexão para todos nós que trabalhamos com gestão de condomínios, buscando com este acidente aprender, alterando comportamentos e procedimentos essenciais.

Marcos Ribeiro

Administrador

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